Eixos Hormonais na Obesidade - Polêmica no Tratamento

26/06/2011 16:51

Polêmica no Tratamento (14º Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica)
Por Beth Santos

A manhã do segundo dia de programação científica teve início com salas cheias, algumas lotadas. O simpósio “Ritmos biológicos, hormônios e obesidade” foi um exemplo de lotação esgotada. Na palestra “Eixos hormonais na obesidade: da fisiopatologia às implicações terapêuticas” o Dr. Rodrigo Moreira, especialista do IEDE-RJ, discorreu sobre alterações nos eixos hormonais na síndrome metabólica.

Segundo ele, “sobre Síndrome Metabólica há discussões que são sempre comuns: aumenta a glicose, triglicerídeos, aumenta a pressão arterial, acumula gordura no fígado. Só que existem outras facetas da SM sobre as quais não se fala tanto”. Motivado por isso, o pesquisador abordou a interferência da obesidade e da Síndrome Metabólica no eixo que produz cortisol – hipotálamo, hipófise, cortisol -, na produção de testosterona e na produção de hormônio de crescimento.

A partir dessas três áreas – hormônio de crescimento, testosterona e cortisol (“que são mais esquecidas”), Dr. Rodrigo Moreira comentou sobre “ como na SM há um aumento na produção de cortisol (aumento que chamamos de subclínico), como temos uma diminuição na produção de testosterona e na produção de hormônio de crescimento”. 

Para terminar, abordou o tratamento. “O problema é que o uso da testosterona, para tratar SM, e o uso do hormônio de crescimento é que isso não é aprovado. Há toda uma discussão ética, científica e até mesmo uma discussão legal”. Ele explicou que a questão é que “teoricamente prescrever testosterona e HC é ilegal e não está autorizado em bula”. Lembrou, no entanto, que “há outras coisas que também não estão autorizadas em bula e que eventualmente se faz. A metformina para o pré-diabético é uma delas. Existe uma grande prescrição de testosterona e HC para atletas, por não especialistas. Então talvez fosse a hora de começarmos a discutir um pouco mais o assunto para saber até que ponto isso é válido, as implicações e quando isso vai ser aprovado, liberado. Se algum dia for...”, finalizou.